sexta-feira, 1 de abril de 2011

Estágio Obstetricia 2

 

Com o terminar desta 5ª semana de estágio, aproxima-se a passos largos o final do mesmo, faltando apenas 3 turnos para que este termine, com muita penha minha, visto que tenho vindo a adorar este estágio, que superou em muito as minhas expectativas.

Em relação a esta semana que terminou, em termos de trabalho na Enfermaria, este decorreu dentro da normalidade, sem qualquer tipo de ocorrência fora do normal e habitual. Nestes turnos prestei cuidados, tanto às puérperas como aos RN, efectuei ensinos, administrei as vacinas e fiz a preparação das altas.

O melhor estava para vir e aconteceu no último turno da semana, turno que foi realizado na sala de partos, e que turno. Tinha muitas expectativas em relação aos turnos que iria efectuar na sala de partos, mas em relação a este primeiro turno e tratando-se de uma tarde de sexta-feira, pensava eu que seria um turno calmo, o que no entanto não se veio a verificar, para felicidade minha.

Foi um turno onde ocorreram nada mais, nada menos do que 5 partos, um deles por cesariana ao qual não assisti e 2 partos eutócicos e 2 partos por fórceps, tendo eu assistido as estes 4.

O primeiro ao qual assisti foi um parto por fórceps devido à incapacidade da mãe em expulsar a criança, visto que a força que efectuava era insuficiente, nem mesmo com a ajuda que o médico efectuava ao fazer força na barriga da grávida. Foi o primeiro parto que vi por fórceps e fiquei surpreendido pela forma como o bebé é retirado. Sabia como se efectuava na teoria, mas na prática é um pouco diferente, pois vi exactamente como são colocados o fórceps dentro da grávida e a força que o obstetra efectua para retirar o bebé de dentro da mãe. Adorei ver este parto, ver a forma como se realiza e a minha vontade após este parto era que houvesse mais partos durante o turno.

Em relação ao RN aconteceu algo que me deixou surpreendido e sem saber muito bem o que ali se passava. Como era um parto por fórceps, o pediatra de serviço está sempre presente. Após o nascimento do RN, o mesmo foi colocado na mesa onde lhe são efectuados os primeiros cuidados. Este RN foi auscultado pelo pediatra e possuía batimentos cardíacos normais, no entanto mal respirava no primeiro minuto. O pediatra entubou logo o RN, tendo sido feita insuflação manual. O RN logo depois começou a apresentar uma boa respiração, encontrava-se completamente rosado, no entanto não reagia a nada, não chorava e não apresentava qualquer tipo de tónus muscular. Após alguns minutos nesta situação o RN lá começou a apresentar tónus muscular e a reagir, tendo acabado por ficar totalmente bem. Foi uma situação que me surpreendeu porque não sabia o que se estava a passar e via o RN a não reagir e até o próprio referiu que nunca tinha visto uma situação destas. Chegou-se à conclusão que o RN se encontrava completamente a dormir, possivelmente devido à analgesia epidural que foi administrada à mãe e que acabou por afectar o bebé.

O segundo e terceiro parto a que assisti foram partos eutócicos. O primeiro deles foi realizado em pleno quarto, isto porque a sala de partos ainda se encontrava ocupada pela puérpera do parto anterior. Neste caso, foi um parto bastante rápido, visto que a grávida entrou no serviço com cerca de 2 cm de dilatação e cerca de 1 hora depois já tinha 8 cm. Foi um parto que ocorreu com normalidade e sem intercorrências.

O terceiro parto a que assisti também foi eutócico, tendo também corrido bem. Neste parto tenho a referir que o RN também estava com dificuldades em ser expulso pela mãe, tendo-se ponderado efectuar um parto por fórceps. No entanto e após várias tentativas e se ter feito a episiotomia o bebé acabou por nascer. Nesta situação fiquei surpreendido com o tamanho da episiotomia e com o facto de o corte efectuado não ter provocado dor na grávida. Coloquei esta dúvida à Enfermeira e a mesma explicou-me que as grávidas normalmente não se queixam de dor quando é efectuada a episiotomia porque a dor das contracções é bastante superior à dor que a grávida tem quando se efectua o corte. Neste RN já lhe prestei alguns cuidados logo após o parto, o que me deixou bastante realizado.

Já o turno se encontrava perto do fim e ocorreu outro parto, neste caso por fórceps. Assisti ao parto com muita atenção e interesse e suscitou-me curiosidade o facto de esta grávida apresentar muito mais dores do que a grávida do primeiro parto por fórceps, situação que depois esclareci, isto aconteceu porque a esta grávida não lhe foi administrada analgesia epidural, como tinha ocorrido com a grávida do outro parto.

Após o nascimento do RN pedi à Enfermeira se poderia efectuar todos os cuidados ao RN, tendo a mesma acedido ao meu pedido. Fiquei bastante entusiasmado por ter prestado todos os cuidados ao RN, desde a limpeza do mesmo, a administração da medicação profilática, a aspiração do RN, a colocação das pulseiras e o vestir do mesmo.

De referir que ambas as Enfermeiras da Sala de Partos foram espectaculares, tanto pelos conhecimentos que possuem ensinamentos que me passaram, como também pela forma como me deixaram realizar e participar em todas as actividades a realizar na sala de partos e no puerpério imediato. 

Como esta é a última reflexão que realizo, gostava de referir que adorei este estágio, muito mais do que estava à espera, superou por completo as minhas expectativas. Gostei imenso de todas as actividades que tinha que realizar, da imenso prazer cuidar dos RN, efectuar os ensinos às mães e é são muito bons os laços relacionais que se criam, tanto com as puérperas, como com os RN. Os turnos na sala de partos também foram espectaculares, só tenho penha que tenham sido poucos, porque para mim é um prazer e um gosto enorme poder cuidar dos RN acabados de nascer, assim como ver e auxiliar no processo do parto.

Em relação ao estágio em geral, penso que correu bem, sem qualquer tipo de problema, que só aconteceu devido à excelente orientação da Enfermeira Preceptora, com quem gostei imenso de trabalhar.

Tenho pena que já esteja a chegar ao fim…espero que seja um até breve e não um até sempre…

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