Esta terceira semana de estágio foi uma semana relativamente mais calma em relação às anteriores, não em termos de trabalho e de turnos mas sim em relação a situações que me marcassem.
Com o passar dos dias sinto-me cada vez mais integrado e há vontade em termos de realização de procedimentos, assim como na realização da triagem pediátrica, tendo mesmo já efectuado triagens sozinho, o que é sinal que a Enf.ª Cláudia confia em mim e que as realizo de forma adequada.
Durante esta semana houve um turno em que me desloquei ao bloco, para observar cirurgias pediátricas que se iriam realizar. Acabei por assistir a três cirurgias, sendo elas a remoção de quisto cervical, de uma hérnia epigástrica e uma fimose. Gostei bastante de assistir às cirurgias, mas a fimose consegui deixar-me impressionado, visto que sou homem e só imaginava o quanto aquilo me poderia custar. É verdade que a criança não sente nada visto que está sob o efeito de anestesia, mas que impressiona muito impressiona.
Durante os turnos na Urgência de Pediatria assisti e participei em diferentes procedimentos, como uma punção lombar a uma criança de um ano, que foi extremamente complicada de realizar, devido à dificuldade que tínhamos em manter a criança completamente imobilizada, voltei a puncionar várias vezes, tanto para colheita de sangue, como para colocação de soros e administração de medicação e assisti a vários tipos de suturas causadas por traumatismos.
Houve também situações a que assisti e que me deixaram impressionado devido a vários factores, como o caso de uma bebé que deu entrada no serviço completamente desidratada e que apresentava todos os sinais de desidratação bem acentuados. Foi neste caso que pela primeira vez vi o que é uma fontanela deprimida, que nesta criança notava-se perfeitamente bem.
Por outro lado, presenciei uma situação em que não justificava nada a vinda da criança ao serviço de urgência. Neste caso, a criança usava aparelho dentário e o mesmo acabou por ficar danificado e a fazer pressão nos dentes, razão pelo qual os pais trouxeram a criança. Este é um caso em que não se deve recorrer a um serviço de urgências visto que não é nenhuma situação emergente ou urgente e sim uma situação para se ir a um dentista, que resolve a situação na hora. A criança acabou por voltar para casa sem qualquer tipo de assistência visto que no serviço de urgência nada se podia fazer. É por situações como estas que por vezes outras crianças que necessitam de ser assistidas tem que esperar mais tempo, pois perde-se tempo a triar, assistir e consultar crianças que não necessitam de cuidados hospitalares.
Durante esta semana também lidei com uma situação que nunca me tinha acontecido e não sabia muito bem como proceder, isto porque deu entrada no serviço de urgência uma criança com trissomia 21, que apresentava dor abdominal. Após ser observada acabou por ficar internada na UICD e no dia seguinte acabou por ser transferida para Lisboa por apresentar líquido na cavidade abdominal. Esta miúda para além de trissomia 21 apresenta também variadas patologias e já tinha estado internada na UICD com apendicite, que se complicou, tendo provocado uma sépsis, o que levou a que a miúda tenha estado numa situação bastante complicada, mas que felizmente acabou por sobreviver. Referi que foi uma situação em que eu não sabia muito bem como lidar porque a miúda tinha momentos em que me deixava aproximar, falava comigo e era bastante querida, como também tinha momentos em que não me deixava aproximar, penso que devido à dor que apresentava e por medo que lhe fosse realizar algum procedimento que a pudesse magoar. Foi uma situação diferente, mas com a qual gostei de lidar, visto que me deu um pouco de experiencia para o meu futuro.
E assim terminou a minha terceira semana de estágio, o qual continuo a gostar bastante.
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