Após uma primeira semana de estágio que serviu essencialmente para me integrar no serviço, conhecer as rotinas do mesmo, assim como técnicos que nele trabalham e começar a por em prática de forma gradual tudo o que aprendi a nível teórico e após uma semana de férias que acabaram por quebrar o ritmo inicial, começou uma segunda semana com uma série de turnos seguidos, o que me permitiu ter uma sequência de trabalho muito boa e voltar a adquirir o ritmo da semana inicial.
Posso afirmar que durante esta semana senti que houve uma alteração para melhor no meu desempenho diário, isto porque, a cada dia que passava me sentia mais independente na realização de procedimentos. Posso também afirmar que me sinto bastante integrado no serviço, mais orientado, sei as tarefas que devo realizar e quando devo realizar, assim como sinto que consegui desenvolver mais as minhas capacidades de gerir o tempo em relação ao trabalho que tenho de realizar.
Nos turnos realizados durante esta semana percebi que a Enf.ª Cláudia me deu mais liberdade de trabalho, deixando-me realizar alguns procedimentos sozinho como puncionar, administrar medicação por via intramuscular, realização de enema, mas sempre com a sua supervisão e disponibilidade para me ajudar e esclarecer qualquer dúvida que surgisse. De referir que já tinha realizado estes procedimentos em adultos, mas em crianças é totalmente diferente e de muito maior responsabilidade. Penso que os turnos correram todos bem e sem problemas e que consegui realizar todas as tarefas pelo qual fui responsável, com uma melhoria bastante significativa com o evoluir da semana.
Durante esta semana também ocorreram situações que me marcaram e ambas completamente diferentes.
Uma dessas situações aconteceu numa das tardes que realizei. Deu entrada na urgência uma menina com 5 anos com uma dor na FID (fossa ilíaca direita) e após consultada foi-lhe diagnosticada possível apendicite aguda, razão pela qual ficou internada na UICD até ser chamada ao B.O. A menina esteve sempre acompanhada pela mãe, até ao momento em que esta soube que a filha teria que ficar internada. Para espanto meu, a mãe referiu que não iria ficar com a filha no internamento porque tinha medicação regressar a casa porque tinha medicação para fazer e tinha mesmo que dormir, que não podia ficar no hospital. Foi uma situação que me custou bastante visto que a menina tinha apenas 5 anos e iria ficar sozinha no internamento sem a companhia de qualquer familiar, tendo a menina ficado bastante triste e muito chorosa. Felizmente que o sei pai, ao contrário da sua mãe, teve um pouco de consciência e decidiu que iria levar a companheira a casa e regressaria para acompanhar a filha neste momento delicado, o que fez com que a menina ficasse mais animada. Sinceramente não percebo como é que uma mãe é capaz de não fazer um esforço para ficar com a filha quando esta se encontra doente e prestes a ser intervencionada cirurgicamente só porque tem medicação para tomar, quando podia encontrar variadíssimas soluções para tomar a medicação e ficar na companhia da filha. Infelizmente este é um caso entre muitos, em que as crianças sofrem imenso devido a más atitudes e decisões dos seus pais.
Por outro lado, houve outra situação que também mexeu comigo, no entanto totalmente diferente da anterior. Tinha recorrido à urgência de pediatria uma criança na companhia de sua mãe com uma enorme dificuldade respiratória e com tiragem intercostal marcada. Após ter sido medicada mais que uma vez, apresentava poucas ou nenhumas melhoras, tendo sido decidido que a mesma tinha que ficar internada na UICD. A menina após saber que teria que ficar internada ficou bastante triste e a chorar bastante, isto porque se encontrava bastante longe de sua casa e não queria dormir num local completamente desconhecido e sem, o seu pai junto de si, visto que apenas é permitido a permanência de um familiar junto das crianças. Deu-me muita pena ver a menina naquela situação de desespero, mas depois de muita insistência junto da menina e de lhe explicarmos como tudo se ia processar, lá conseguimos que a mesma se acalmasse e aceitasse o internamento, visto que o mesmo era bastante importante para que ele ficasse bem.
E assim terminou esta segunda semana de estágio. Tenho a referir que me senti mais integrado, mais autónomo e mais responsável na realização dos procedimentos de enfermagem. Sinto também que a Enfermeira Cláudia confia em mim, visto que deu mais autonomia para trabalhar.
Tenho a referir que me encontro a adorar imenso o estágio e que este se encontra a superar as minhas expectativas. Espero que continue a correr tão bem ou melhor como tem corrido até agora.
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